Sexta-feira, 12 de Outubro de 2007

A Vanguarda do Horror

Quando pensamos que já nada nos pode surpreender os novos sinais da barbárie causam nojo. Um grupo de skinheads e neonazis italianos de língua alemã do Tirol do Sul realizou uma excursão provocatória ao campo de concentração de Dachau onde ultrajaram a memória dos que ali sofreram e morreram, usando indumentária imprópria, fazendo a saudação hitleriana e gritando «Sieg heil». São os novos turistas do Holocausto. As fotos a seguir reproduzidas foram apreendidas pelos carabineiros de Ros di Bolzano e foram publicadas ontem pelo jornal italiano Espresso. [Com o agradecimento à Alda Maia sempre atenta ao que se passa na bela Itália.]


Reunião do Südtiroler Kameradschaftsring organização nazi que pretende a libertação do Tirol do Sul. É liderado pelo "comandante" Armin Sölva e pelo seu vice Christoph Andergassen.

Três membros do grupo em Dachau, fazem a saudação hitleriana frente à lápide que recorda o forno crematório onde foram incinerados 43 mil judeus e deportados políticos. Na lápide está gravado: "Pensa como nós morremos aqui".

 Posando no interior do museu de Dachau. Os painéis que explicam o Holocausto servem de cenário para afirmar o orgulho nazi.


 O leader do grupo junto ao monumento que recorda as vítimas do campo. Uma t-shirt mostra a metralhadora Mp 40 usada pelos SS, enquanto a outra ostenta o óbvio: "Somos criminosos convictos".


Armin Sölva e Christoph Andergassen em Potsdam diante da lápide que recorda a sinagoga incendiada pelos SA na Noite de Cristal. Foi a primeira sinagoga destruida na Alemanha. Para assinalar o incêndio os energúmenos mostram um isqueiro do NPD, partido neo-nazi alemão que mantêm contactos com o PNR português.

No museu de Dachau, sorridentes diante do poster "Unsere Letzte Hoffung. Hitler" (a nossa derradeira esperança: Hitler). Reparem no motivo da t-shirt da esquerda.


O grupo de naziskins, durante uma viagem à Austria, na cidade natal de Hitler.

Dachau, passeando diante do monumento do forno crematório com as t-shirts neo-nazis.
publicado por MJ às 21:42
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Quarta-feira, 10 de Outubro de 2007

A banalização do Mal ou quando tudo se equivale

A montagem fotográfica do catalão Joan Fontcuberta exposta no Fotografie Forum International realizado no âmbito da Feira Internacional do Livro de Frankfurt está a causar estupefacção na Alemanha. A obra representa o muro de segurança israelita e cada pixel é uma foto dos campos de concentração nazis. A directora do forum limitou-se a declarar que o forum não é anti-semita.
Lido no Herut
publicado por MJ às 13:02
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Segunda-feira, 8 de Outubro de 2007

Somos todos Judeus

«Assim que chegaram ao cemitério judaico de Lisboa, os ministros da Justiça, Alberto Costa, e da Administração Interna, Rui Pereira, foram, de kipas na cabeça, visitar as campas profanadas pelos ‘skins’ no passado dia 25. As cruzes suásticas estavam escondidas por 17 panos brancos que cobriam os túmulos em sinal de respeito pelos mortos. As pedras mais pequenas que tradicionalmente decoram as campas estavam ainda fora do sítio. Mais ninguém pode visitá-las para não invadir a intimidade das famílias.

Depois de lhes ter sido explicado como as famílias ficaram devastadas com o acto anti-semita, foram encaminhados para a cerimónia Taharat Kevurot (Purificação dos Túmulos), que visou mostrar o repúdio e indignação da Comunidade Judaica, que espera ter sido apenas um acto inédito e isolado.

Representantes das comunidades hindu, ortodoxa, bahai, católica, o alto-comissário para as Minorias, embaixador israelita, Paulo Portas, Esther Mcznick e, entre outros, o Rabi Eliezer Shai Di Martino (estes últimos da comunidade judaica) juntaram--se ontem para condenar a profanação e rezar pelos mortos incomodados.

O presidente da comunidade israelita, José Oulman Carp, afirmou que o vandalismo trouxe à memória as perseguições que o povo judeu sofreu e também o holocausto. “Portugal é uma das melhores democracias do Mundo. Esperemos que se faça justiça”, disse.

Rui Pereira criticou as atitudes racistas e discriminatórias e mostrou estar solidário. “Perante aqueles actos hoje sou judeu, somos todos. E como ministro posso afirmar que estes atentados não ficarão impunes e que não se vão repetir”, afirmou.

Solidário e crítico, Alberto Costa defendeu um estado laico, onde há liberdade e respeito por todos, e disse esperar que os tribunais condenem os profanadores. E, como Rui Pereira, afirmou que hoje “somos todos judeus”.

VÂNDALOS LIBERTADOS

O ‘Lobo nazi’, como se apresenta o skinhead Carlos Seabra, de 24 anos, vandalizou o cemitério judaico em Lisboa no passado dia 25 com João Dourado, de 16. Saltaram o muro e profanaram 17 campas inscrevendo cruzes suásticas e defecando em cima de duas delas. Foram apanhados pela PSP, mas o juiz devolveu-lhes a liberdade no dia seguinte.

PORMENORES
JUDEOFOBIA
O rabi fez questão de afirmar que a vida da comunidade judaica em Portugal e, especificamente em Lisboa, não vai parar por causa dos actos de vandalismo. E chamou à atenção para a ainda existente judeofobia.

DEPOIS DA SUKOT
A festa das cabanas – Sukot– é para os judeus o ponto máximo de alegria do ano. Terminada a festa de sete dias, onde se come em frágeis cabanas, a comunidade judaica juntou-se para condenar a profanação.

Correio da Manhã/Ângela Lopes

publicado por MJ às 18:37
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Sexta-feira, 5 de Outubro de 2007

Os «Protocolos dos Sábios de Sião» continuam a fazer escola...

Numa coluna de opinião no Diário dos Açores de 23/08/2007 assinada por Marcus de Noronha da Costa podemos dar conta do anti-semistismo serôdio, povoado de fantasmas, de origem monárquico-católico a propósito de uma edição crítica dos «Protocolos dos Sábios de Sião» lançada para o mercado. Conta o autor que a actuação dos judeus é que motivou o Holocausto:

«Mais uma vez acaba de aparecer nas montras das livrarias a 4ª edição portuguesa da obra famosa e muito polémica – Os Protocolos do Sábios de Sião –, editada por uma editora "fantasma", e com um metódico prefácio de Bernardino Luís Franco.
O prefaciador defende a tese de o livro em questão ter sido produzido pelos agentes da – Okhrana – (polícia secreta do czarismo russo) para lançarem a confusão nas reformas estruturais que o Czar Nicolau II queria levar a efeito.
Para Sergei Nilus, promotor da edição russa do livro em questão, os – Protocolos – foram as actas do Iº Congresso Sionista – da Basileia de 1897 que tinha como objectivo a conquista do poder politico e económico pelo judaísmo, servindo-se estes como seu "braço armado" da maçonaria.
Um facto é evidente e não necessita de demonstração, mesmo que o texto tenha sido forjado pela – Okhrana –, quem o ler atentamente pode constatar factualmente que a maioria esmagadora deste se confirmou na manipulação económica e politica da sociedade por essa minoria não integrada e super-individualizada nas nações que os acolheram e tiveram como objectivo máximo a formação do "barril de pólvora" que é o Estado de Israel.
No aspecto económico e financeiro basta pegar nos indicadores dos índices das grandes fortunas a nível mundial dos Estados Unidos e da Europa mais desenvolvida, onde são predominantes as famílias sionistas que controlam dentro do mais lúcido – capitalismo selvagem – os circuitos de riqueza dos países onde se instalaram. Claro está que estas posições privilegiadas na economia conduziram na década de 30 do século passado ao aparecimento de movimentos radicais, que precipitaram situações atrozes contra os direitos humanos que levaram à monstruosidade do – Holocausto.
Apesar do sucedido, o sionismo internacional continua a manipular brilhantemente os números das vítimas, cifrando-o em 6 milhões de judeus e eliminando liminarmente um milhão e duzentos mil opositores ao – nazismo – que vão desde católicos, protestantes, muçulmanos, ciganos, homossexuais e outros grupos liquidados impiedosamente pela ideologia do critério da – pureza da raça–!
Com o conflito latente entre o mundo árabe e Israel, o livro em causa tem sofrido inúmeras edições no Egipto, Síria, Irão, Iraque e Paquistão servindo de meio de propaganda efectiva para o radicalismo político que se desenvolve naqueles países.
Deve-se recordar que o industrial estadunidense Henry Ford divulgou em folhetim no seu jornal – Dearborn Independent – os Protocolos –, que tiveram imenso sucesso na sociedade … porque os leitores constataram que o texto correspondia exactamente às posições efectivas que o – sionismo – controlava na economia americana!
Em Portugal o livro apareceu traduzido em 1923 por J. A. Viana Peixoto e Francisco Pereira Peixoto, e logo a seguir em 1925 Mário Saa, poeta e escritor companheiro de Fernando Pessoa e dos escritores modernistas da época escreve – A Invasão dos Judeus – na sociedade portuguesa.
É evidente que os judeus em Portugal não constituem qualquer ameaça nem rácica nem economicamente, vivem normalmente, facto que não acontece nem no Brasil e especialmente na Argentina.
A presente edição que à primeira vista parece académica e muito narrativa, não passa de mais uma das múltiplas imagens do – politicamente correcto –, que o sionismo internacional e os serviços secretos israelitas desejam divulgar entre os incautos.»
publicado por MJ às 19:16
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Sexta-feira, 28 de Setembro de 2007

Cemitério Judaico de Lisboa vandalizado II

Espancou um imigrante quando festejava o aniversário do nascimento de Hitler, a 20 de Abril, e guardava fotografias de crianças negras com a frase ‘Por favor não alimentem os animais’. Está acusado de vários crimes mas, terça-feira, o ‘Lobo nazi’, como se apresenta o skinhead Carlos Seabra, vandalizou o cemitério judaico em Lisboa. Foi apanhado pela PSP e o juiz mandou-o ontem à tarde em liberdade.

Seabra é quase veterano do movimento neonazi em Portugal, aos 24 anos pertence à Frente Nacional desde a fundação em 2004. E é um militante de armas. Enverga camisolas com a cruz suástica e, em Abril, a Judiciária apanhou-lhe uma espingarda semi-automática, uma granada e dois punhais.

Está acusado num megaprocesso com 240 páginas por discriminação racial, ofensas à integridade física qualificadas e três crimes de posse ilegal de armas proibidas. Vai ter de responder em tribunal entre 36 skinheads acusados, mas, ao contrário do líder Mário Machado, aguarda o julgamento em liberdade.

O ‘Lobo nazi’ recebeu a acusação do Ministério Público (MP) no último dia 15 mas, dez dias depois, na noite de terça-feira, voltou a atacar. Recrutou o iniciado João Dourado, 16 anos, e partiram os dois para o cemitério judaico de Lisboa, na Avenida Afonso III. Saltaram o muro e rasparam vinte campas com objectos contundentes, gravando cruzes suásticas antes de defecarem em dois túmulos. Os prejuízos são de vários milhares de euros.

Um popular ouviu barulho e chamou a PSP às 22h50. Os dois skins acabaram apanhados em flagrante e, enquanto um tinha ‘Morte aos traidores’ tatuado no braço, o outro tinha a frase na camisola.

João também é membro da Frente Nacional, que visa “a guerra racial e acções violentas, pela supremacia da raça branca”, segundo o MP. E para eles não há lugar a “negros, judeus, ciganos ou homossexuais – são inimigos de Portugal”.

O MP pediu a prisão preventiva para os dois skinheads, sobretudo pelo perigo de alarme social, mas o juiz de Instrução Criminal decidiu-se pelas apresentações aos domingos à PSP.

"É LAMENTÁVEL NUM PORTUGAL DEMOCRÁTICO"
A comunidade israelita repudia os actos “de puro racismo e anti-semitismo” no cemitério judaico de Lisboa, segundo a porta-voz Esther Mucznik. “É lamentável que num Portugal democrático e livre se verifiquem estes acontecimentos e isto torna-nos apreensivos e indignados”, naquela que foi “a primeira vez que um cemitério foi vandalizado desta forma”.

São actos que “infelizmente não surpreendem”, diz Abílio Mourão, presidente da mais antiga comunidade judaica portuguesa, em Belmonte, Castelo Branco, apesar de na sua zona a convivência sempre ter sido “pacífica”. E também o Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas reagiu ontem, condenando “de forma clara este tipo de actos. É um crime contra a comunidade judaica e uma ofensa à sociedade civil portuguesa e à democracia”.

TINHAM ALVOS JUDEUS MARCADOS
Os cartões dos telemóveis de Carlos Seabra, o ‘Lobo nazi’, e João Dourado denunciaram-nos entre terça-feira à noite, quando foram detidos, e ontem à tarde, antes de serem presentes ao Tribunal de Instrução Criminal. Os investigadores apanharam várias ligações dos dois à Hammerskin Nation, a elite do movimento neo-nazi europeu – e “guardavam fotografias de pessoas ligadas à comunidade judaica. Alvos marcados”.

Um dos crimes em que incorrem os skinheads não prevê prisão preventiva – profanação, punido até dois anos de cadeia – mas o outro, dano qualificado, pelos elevados estragos nas campas do cemitério, tem moldura penal entre dois e oito anos – suficiente para ser aplicada a prisão preventiva no novo Código de Processo Penal (acima de cinco anos). E o Ministério Público pediu prisão preventiva para os dois, dado o elevado perigo de reincidência e alarme social, mas o juiz decidiu-se pelo Termo de Identidade e Residência, medida de coacção mais leve, com apresentações ao domingo à PSP. E tudo apesar do “desprezo manifestado pelos dois pela comunidade judaica” – num contexto de “reacção e indiferença” à acusação que o MP proferiu há duas semanas contra 36 skins, entre eles o ‘Lobo nazi’.

PORMENORES
PROIBIDO RECORRER
O Ministério Público é obrigado a conformar-se com a liberdade dos dois skinheads e não pode recorrer da decisão do juiz de instrução criminal, pelo artigo 219 do novo Código de Processo Penal. O MP já só o poderia fazer em benefício do arguido – a prisão preventiva está fora de questão.

RITUAL DE INICIAÇÃO
O skinhead João Dourado já pertence à Frente Nacional, mas, aos 16 anos, passa ainda por rituais de iniciação ao movimento neo-nazi, apurou o CM. E a profanação ao cemitério judaico foi um deles – a forma de subir na estrutura nacional.

EXIBIÇÕES NA NET
O ‘Lobo nazi’ lançou um dia no site da Frente Nacional: “Continua a quebrar as regras até ao fim”. E num vídeo intitulado ‘Nazi paraquedista’, no site do Youtube, colocou imagens suas a envergar uma camisola com a cruz suástica enquanto arrancava um cartaz da CDU.


Correio da Manhã - Henrique Machado com M.C.
publicado por MJ às 19:40
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Quinta-feira, 27 de Setembro de 2007

Cemitério Judaico de Lisboa vandalizado

Cemitério Judaico: Comunidade repudia acto «anti-semitismo»

A Comunidade Israelita de Lisboa repudiou hoje o acto inédito «de puro racismo e anti-semitismo» de vandalização, na terça-feira, de cerca de duas dezenas de túmulos do Cemitério Judaico da capital com cruzes suásticas.

Em declarações à Agência Lusa, a porta-voz da Comunidade Israelita de Lisboa, Esther Mucznik, considerou «lamentável que num Portugal democrático, livre se verifiquem acontecimentos de carácter racista e anti-semitista».

«Isto torna-nos apreensivos e indignados», acrescentou, frisando que «é a primeira vez» que o cemitério é vandalizado desta forma.

A comunidade apresentou queixa às autoridades, que detiveram dois jovens suspeitos, e vai dar conhecimento do «acto puro de racismo e anti-semitismo» ao governo e à Comissão da Liberdade Religiosa.

Em comunicado hoje divulgado, a Comunidade Israelita de Lisboa esclareceu que, na noite de terça para hoje, cerca de 20 túmulos no Cemitério Judaico de Lisboa foram vandalizados e nas pedras das lápides inscritas suásticas nazis.

Por sua vez, o Comando Metropolitando da PSP de Lisboa anunciou que foram detidos, na terça-feira, dois homens, de 16 e 24 anos.

publicado por MJ às 10:03
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Quarta-feira, 4 de Julho de 2007

Anti-semitismo na Galiza?

O director do Le Monde Diplomatique fez uma conferência na sua terra natal e, por ter criticado afirmações anti-semitas, foi considerado «traidor» pelos seus camaradas. Segue o artigo - em espanhol - onde o próprio relata o acontecimento.

IGNACIO RAMONET 04/07/2007 , El Pais
Con Ramón Chao, estuve hace unos días en Redondela, mi villa natal, invitado por el Club Internacional de la Prensa que dirige con eficiencia Carmen Carballo. En el Multiusos da Xunqueira, puesto a disposición por el alcalde Xaime Rei, dimos al alimón una conferencia sobre Guerra y paz hoy; geopolítica de los conflictos contemporáneos que cerraba el ciclo sobre Os latexos do mundo. Lejos estábamos de imaginarnos que, en ese marco, íbamos a ser testigos, en la Galicia de hoy, de manifestaciones de odioso antisemitismo.

Nuestro propósito era proponer respuestas a algunas de las siguientes preguntas: ¿cómo entender el mundo contemporáneo? ¿Cuáles son los principales enfrentamientos -militares, políticos, económicos, ecológicos- del mundo de hoy? ¿Es acaso la llamada "guerra contra el terrorismo internacional" la respuesta adecuada a los grandes desórdenes contemporáneos?
Dijimos que, al contrario de la impresión que dan los grandes medios, el mundo esta hoy bastante pacificado pues el 80% de los conflictos se producen en el interior de un único "foco perturbador" constituido por un área geográfica que va de Cachemira a Darfur, en la que se hallan Afganistán, Irán, Irak, Chechenia, Kurdistán, Líbano, Palestina y Somalia. Fuera de esa zona, y si exceptuamos Colombia y Sri Lanka, no hay guerras importantes en el planeta. O sea, que desde hace 200 años, nunca se ha conocido un mundo menos conflictual. Por vez primera en siglos, ningún conflicto enfrenta a dos estados entre sí. O sea, que todas las guerras lo son entre un Estado y una o varias organizaciones no estatales armadas: por ejemplo, Estados Unidos contra Al Qaeda, Turquía contra el PKK kurdo, Israel contra Hezbollah o contra Hamas.
Era pues un tema muy amplio que Ramón Chao, apoyándose en una sólida documentación histórica, ensanchó más aún evocando la "guerra contra los pobres" contra quienes se ensaña hoy la globalización neoliberal. Nuestra sorpresa vino al iniciarse el coloquio con la sala abarrotada por una asistencia en gran parte acudida de fuera de Redondela. La primera persona, muy exaltada, que tomó la palabra empezó lanzando largos improperios contra una suerte de "conjura de los judíos" que, según ella, "gracias a su poderío económico y mediático" "hacen un chantaje permanente a la opinión pública internacional evocando sin cesar el genocidio y así victimizándose". Lo que, siempre según esa persona, "les permite cometer a su vez un genocidio contra los palestinos".
Después de esa retahíla de tópicos antisemitas, expresados a gritos, lo que más nos sorprendió fue que una parte de la asistencia aplaudió como si aprobase tan lamentables propósitos. Por mi parte, declaré que condenaba del modo más explícito semejantes palabras y que hallaba insólito que a estas alturas aún se pudiera caer, bajo pretexto de defensa de la causa palestina, en el antisemitismo más craso. Si es obvio que se deben criticar algunas actuaciones de los ejércitos de Israel (al igual que los atentados palestinos contra civiles israelíes inocentes), ello no debe en ningún caso llevar a retomar los nefastos seudoargumentos del más añejo y criminal antisemitismo. La mayor parte de los asistentes aprobaron con aplausos esta posición.
Pero, hábilmente repartidos por la sala, lo que muestra que el grupo había venido con malas intenciones, los amigos de la primera persona replicaron tratándome de "traidor" y de "ignorante", argumentando que "el antisemitismo no existe pues los árabes también son semitas". Como si una crítica léxica pudiese negar la realidad del trágico y secular antijudaísmo en toda Europa, sin excluir Galicia.
Este incidente no solo empaño mi alegría de dar por primera vez una conferencia en mi ciudad natal de Redondela, sino que muestra sobre todo un preocupante arraigo en una parte descarriada de la extrema izquierda de Galicia de nauseabundas tesis antisemitas. Que deshonran nuestra tierra. El sueño de la razón produce monstruos. Y la incapacidad de pensar de algunos les ha llevado a la peor de las monstruosidades. Es hora de rectificar.
publicado por MJ às 11:26
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Terça-feira, 1 de Maio de 2007

A Inversão do Holocausto

Estratégias anti-semitas que visam transformar Israel e os judeus nos novos nazis são denunciadas por Manfred Gerstenfeld no artigo «Holocaust Inversion: The Portraying of Israel and Jews as Nazis» publicado no Jerusalem Center for Public Affairs.
publicado por MJ às 22:54
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Sábado, 28 de Abril de 2007

130 sobreviventes da Shoah morrem diariamente no mundo

As últimas testemunhas do horror nazi desaparecem dia após dia, ao contrário do anti-semitismo que aumenta de forma inquietante. O instituto responsável pelas pesquisas sobre o racismo e o anti-semitismo da Universidade de Televive publicou um relatório que revela que o ano de 2006 foi o ano recorde em número de actos anti-semitas em todo o mundo, em comparação com os últimos seis anos. Segundo o relatório, cerca de 590 actos violentos contra judeus foram registados em todo o mundo (406 em 2005). O mais inquietante é a multiplicação do número de violências físicas; em 2006 foram registadas 269 agressões físicas contra 132 em 2005. A maioria das agressões foi praticada por pessoas de religião muçulmana. Os países com maior número de actos anti-semitas são a Grã-Bretanha, a Austrália, a França e o Canadá.
publicado por MJ às 20:57
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Quarta-feira, 25 de Abril de 2007

Leitura obrigatória no Kontratempos

«A EUROPA, O HOLOCAUSTO E O NEGACIONISMO. Foi recentemente aprovada uma proposta para proibir em toda a União Europeia a negação do Holocausto. A iniciativa da Alemanha suscitou a oposição dos países escandinavos, da Irlanda e do Reino Unido, com uma razão fundamental que também partilho: a liberdade de expressão.Entendamo-nos sem margem para erros. O século XX europeu foi o ventre de uma das maiores tragédias da Humanidade e certamente aquela que mais brutalmente evidenciou até onde podem ser levados o anti-semitismo, o racismo e as ideologias de massas. Nada disso é discutível. O Holocausto traduziu-se num genocídio que industrializou a morte, a barbárie e a chacina metódica de seres humanos pelo simples facto de terem uma história, uma religião e uma cultura. De serem humanos.

:: Campo de concentração nazi ::

Perante o abismo sanguinário que foi alimentado muito longe das linhas da frente da Segunda Guerra Mundial, nos tenebrosos campos do Leste, choca-nos -- e bem -- que alguém possa colocar em causa a dimensão e o significado do Holocausto. Mas há quem o queira fazer: os dirigentes do Irão, os extremos ideológicos europeus, os «historiadores» negacionistas. Logo, não importa tanto quem o faça, mas qual a melhor forma de lidar com essas ofensivas.O anti-semitismo, a xenofobia e o incitamento ao ódio devem ser radicalmente punidos em todos os países democráticos e tolerantes -- e regra geral já o são. Podemos então afirmar que o negacionismo do Holocausto é em si mesmo uma manifestação de anti-semitismo? Certamente. Mas não é matéria de índole criminal. As margens são complexas, bem sei, e não é fácil distinguir propaganda anti-semita de «divergências políticas», sobretudo quando o Holocausto não é matéria de divergência política e sabemos perfeitamente que os grupos radicais anti-semitas utilizam o delito de opinião para salvaguardar a prática de actos delinquentes.Mesmo sabendo tudo isso, continuo a não concordar com a proposta da Alemanha -- orientada pelos melhores motivos, não discuto -- que foi imposta aos outros países da UE. Por um motivo simples: ela não protege os judeus nem a memória dolorosa da Holocausto. Falha completamente nesse objectivo e irá fortalecer os radicais negacionistas na sua causa, rapidamente transmutável numa bandeira de liberdade de expressão reclamada pelos herdeiros das ideologias assassinas do século XX europeu.Há igualmente o problema muito acentuado da uniformização de uma lei destas à escala europeia e do perigo de se estabelecerem escalas e graus de comparação entre o Holocausto e outras barbáries. Isso já foi visível quando os países do Leste se organizaram para equiparar a suástica à foice e ao martelo e proibir ambos os símbolos em toda a UE. Será que qualquer um dos países europeus que teve a sorte de ficar do lado certo do Muro de Berlim pode em rigor negar às vítimas do terror comunista uma equivalência moral com outros abismos ideológicos das últimas décadas? Não pode, claro. Mas também não deve aceitar quaisquer proibições.

:: Prisioneiros num gulag soviético ::

Todavia, para que isso seja possível, não podem existir crimes mais criminosos do que outros, mais susceptíveis de serem criminalizados do que outros, com mais ou menos mortos do que outros. As discussões não podem nunca ir por aí. O Holocausto tem uma excepção moral que eu partilho até à última molécula, que defenderei contra todas as investidas, mas a proibição do negacionismo é um erro. Por muito duro e complexo que isso possa parecer, só assim será possível vivermos conjuntamente nas sociedades democráticas que erguemos depois de todos os choques do século XX. Não há outra forma. Ou não abrimos de todo esta caixa de pandora, ou nunca mais a conseguiremos fechar.»
Tiago Barbosa Ribeiro
publicado por MJ às 00:20
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Quarta-feira, 18 de Abril de 2007

A demissão do ensino britânico

O Jerusalem Post divulga um estudo sobre algumas escolas britânicas que renunciam falar do Holocausto nas aulas de história com medo da minoria muçulmana, por vezes violenta, que nega que os judeus tenham sido exterminados pelos nazis. Um grande número de professores britânicos evita afrontar o anti-semitismo latente e o negacionismo dos estudantes muçulmanos.
Conheça a opinião de Barry Rubin sobre este assunto.
publicado por MJ às 11:10
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Campanha contra o ódio

Ideias para uma actividade positiva e pedagógica.
Campanha contra o ódio nos campos universitários promovida pela US Commission on Civil Rights
publicado por MJ às 10:52
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Segunda-feira, 9 de Abril de 2007

«O anti-semitismo depois do anti-semitismo»

Junho de 2006: manifestação contra a guerra do Líbano, em Montreal, Canadá
recuperando um texto de Tiago Barbosa Ribeiro, escrito em 2006:
«O anti-semitismo depois do anti-semitismo», ficheiro pdf.
publicado por MJ às 23:59
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Declaração de intenções

Holocausto Shoah tem por objectivo constituir-se num repositório de textos em língua portuguesa dedicado ao martírio judaico perpetrado no século passado na Europa. Seis décadas após a concretização desta barbárie a teoria da conspiração dos sábios de sião, o «bode expiatório» hebraico, o negacionismo do plano de extermínio judaico continuam bem presentes em muitas latitudes do globo. Literatura pseudo-científica elaborada e difundida na Europa e EUA, filmes, telenovelas e conferências produzidos nos países muçulmanos tentam «despertar» as massas para os malefícios da conspiração universal dos judeus contra todos os outros povos. Extremistas de todos os quadrantes políticos e religiosos, «altermundialistas» e «pacifistas» apresentam Israel e os judeus como a causa de todos conflitos actuais. A constante provocação e ameaça nuclear iraniana gera silêncios e solidariedades perigosas. Por tudo isto, o anti-semitismo, ou judeofobia, que deveria estar erradicado surge nos sítios e momentos mais inesperados, como numa manifestação de rua em Lisboa, onde as vítimas judaicas são comparadas aos carrascos nazis. Impõe-se a memória e a pedagogia para alterar o rumo dos acontecimentos e para que a barbárie não volte a repetir-se. Dito e feito!
publicado por MJ às 00:26
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