O Prémio da Paz dos Livreiros Alemães foi hoje atribuído ao historiador israelita Saul Friedlander, pelos seus trabalhos sobre o Holocausto, entre cujas vítimas se contam os seus pais.Em comunicado, a Associação dos Livreiros Alemães sublinha que Friedlander, 74 anos, é um dos últimos historiadores que testemunharam a "perseguição e a destruição dos judeus na época do terror nazi na Europa".
O historiador "permitiu a homens e mulheres reduzidos a cinzas fazerem ouvir uma queixa, um grito. Deu-lhes uma memória e os seus nomes" - acrescenta. Existente desde 1950, o Prémio da Paz dos Livreiros Alemães foi atribuído em 2006 ao ensaista e sociólogo alemão Wolf Lepenies, e em 2005 ao escritor turco Orhan Pamuk, que um ano mais tarde ganhou o Prémio Nobel da Literatura.
Saul Friedlander nasceu em 1932, em Praga, filho de pais judeus que foram mortos em Auschwitz, sendo sobretudo conhecido pela sua obra "O Terceiro Reich e os Judeus", considerada uma síntese do seu trabalho como historiador.
Após um primeiro volume sobre "Os Anos da Perseguição" (1933-1939), editado em 1997, acaba de publicar um segundo volume intitulado "Os Anos do Extermínio" (1939-1945).