Terça-feira, 24 de Julho de 2007
O Centro Simon Wiesenthal pediu ao Primeiro-ministro dinamarquês, Anders Fogh Rasmussen, que anulasse prémio monetário atribuído pelo Conselho das Artes do Ministério da Cultura (Kunst Raadet) a Erik Haaest, mais conhecido como «o Céptico da Shoah».
No protesto redigido o director de relações internacionais do Centro Wiesenthal, Shimon Samuels, escreve: “Haaest recebeu esta distinção pelo seu trabalho sobre «A Legião Dinamarquesa de Libertação na Frente Leste, 1941-45», que dificilmente pode ser considerado como um título de glória nacional dinamarquesa”. E acrescenta: “As citações de Haaest da literatura negacionista remetem para o volume de 1959 do «Journal of Historical Review», publicado pelo Instituto com o mesmo nome, que é frequentado pelos nazis do mundo inteiro.”
Samuels cita a secção cultural do «DR Nyheder» que na legenda de uma câmara de gás, escreve: “ Erik Haaest coloca em dúvida a existência de câmaras de gás no campo de concentração de Auschwitz, na Polónia”. Outra publicação afirma que Haaest qualificou o «Diário de Anne Frank» de escroqueria.
O protesto do Centro Wiesenthal termina afirmando: “O prémio que o vosso governo deu a Haaest viola os compromissos da Dinamarca para com a Comissão Europeia e a Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa. Este acto legitima a negação da Shoah, o incitamento ao antisemitismo, é um insulto aos sobreviventes da Shoah e às famílias de todas as vítimas do nazismo. O nosso Centro pede que este prémio seja retirado e que seja aberto um inquérito para o apuramento de responsabilidades”.
“O silêncio será interpretado pelos propagadores do ódio como uma aprovação”, declarou Samuels.