Depois de lhes ter sido explicado como as famílias ficaram devastadas com o acto anti-semita, foram encaminhados para a cerimónia Taharat Kevurot (Purificação dos Túmulos), que visou mostrar o repúdio e indignação da Comunidade Judaica, que espera ter sido apenas um acto inédito e isolado.
Representantes das comunidades hindu, ortodoxa, bahai, católica, o alto-comissário para as Minorias, embaixador israelita, Paulo Portas, Esther Mcznick e, entre outros, o Rabi Eliezer Shai Di Martino (estes últimos da comunidade judaica) juntaram--se ontem para condenar a profanação e rezar pelos mortos incomodados.
O presidente da comunidade israelita, José Oulman Carp, afirmou que o vandalismo trouxe à memória as perseguições que o povo judeu sofreu e também o holocausto. “Portugal é uma das melhores democracias do Mundo. Esperemos que se faça justiça”, disse.
Rui Pereira criticou as atitudes racistas e discriminatórias e mostrou estar solidário. “Perante aqueles actos hoje sou judeu, somos todos. E como ministro posso afirmar que estes atentados não ficarão impunes e que não se vão repetir”, afirmou.
Solidário e crítico, Alberto Costa defendeu um estado laico, onde há liberdade e respeito por todos, e disse esperar que os tribunais condenem os profanadores. E, como Rui Pereira, afirmou que hoje “somos todos judeus”.
VÂNDALOS LIBERTADOS
O ‘Lobo nazi’, como se apresenta o skinhead Carlos Seabra, de 24 anos, vandalizou o cemitério judaico em Lisboa no passado dia 25 com João Dourado, de 16. Saltaram o muro e profanaram 17 campas inscrevendo cruzes suásticas e defecando em cima de duas delas. Foram apanhados pela PSP, mas o juiz devolveu-lhes a liberdade no dia seguinte.
PORMENORES
JUDEOFOBIA
O rabi fez questão de afirmar que a vida da comunidade judaica em Portugal e, especificamente em Lisboa, não vai parar por causa dos actos de vandalismo. E chamou à atenção para a ainda existente judeofobia.
DEPOIS DA SUKOT
A festa das cabanas – Sukot– é para os judeus o ponto máximo de alegria do ano. Terminada a festa de sete dias, onde se come em frágeis cabanas, a comunidade judaica juntou-se para condenar a profanação.
Correio da Manhã/Ângela Lopes
Em declarações à Agência Lusa, a porta-voz da Comunidade Israelita de Lisboa, Esther Mucznik, considerou «lamentável que num Portugal democrático, livre se verifiquem acontecimentos de carácter racista e anti-semitista».
«Isto torna-nos apreensivos e indignados», acrescentou, frisando que «é a primeira vez» que o cemitério é vandalizado desta forma.
A comunidade apresentou queixa às autoridades, que detiveram dois jovens suspeitos, e vai dar conhecimento do «acto puro de racismo e anti-semitismo» ao governo e à Comissão da Liberdade Religiosa.
Em comunicado hoje divulgado, a Comunidade Israelita de Lisboa esclareceu que, na noite de terça para hoje, cerca de 20 túmulos no Cemitério Judaico de Lisboa foram vandalizados e nas pedras das lápides inscritas suásticas nazis.
Por sua vez, o Comando Metropolitando da PSP de Lisboa anunciou que foram detidos, na terça-feira, dois homens, de 16 e 24 anos.
O Dia de Recordação do Holocausto e do Heroísmo comemora-se em Israel a 27 de Nissan do calendário judaico, que como sabem difere do nosso que é o gregoriano. Esta data foi estabelecida pelo Knesset de Israel em 1959, e é feriado nacional; a maioria dos estabelecimentos estão encerrados, as bandeiras a meia haste… é um dia de luto nacional.
Este ano, o Yom Hashoá é celebrado, amanhã, dia 16 de Abril, tendo como tema principal: “Testemunhas e Testemunhos: até que saibam as últimas gerações”, ou seja, que o testemunho dos sobreviventes possa ser transmitido de geração em geração.
As Comemorações, de acordo com as tradições judaicas, começam na véspera ao pôr‑do‑sol e terminam no final do dia seguinte.
Incluem diversas cerimónias oficiais, colóquios e conferências algumas dedicadas especialmente aos jovens, tendo como objectivos principais, por um lado, recordar os 6 milhões de judeus assim como os cerca de 2 milhões de não-judeus vítimas do regime nazi, por outro, homenagear todos aqueles que, mesmo pondo em risco as suas vidas, ajudaram a salvar os judeus, e por último, ensinar às novas gerações o que foi o Holocausto.
A televisão e a Rádio transmitem não só as cerimónias, mas também programas alusivos a esta página negra da história dos Judeus e da Humanidade.
As Comemorações têm lugar por todo o pais, mas as principais decorrem no Yad Vashem, em Jerusalém.
Este Memorial do povo Judeu aos seus cerca de 6 milhões de mortos durante o Holocausto(calcula-se que cerca de 1,5 milhões eram crianças) engloba não só, um enorme complexo de museus, onde se podem ver diversas exposições, assistir a conferências e filmes sobre este genocídio, mas também, monumentos, memoriais e jardins, entre eles o Jardim dos Justos dedicados à memória dos não‑judeus que ajudaram a salvar um judeu que fosse dos horrores do nazismo.
Destas cerimónias destaco algumas por serem as mais significativas:
Dia 15 de Abril
Às 20.00 horas:
Cerimónia de Abertura do Dia da Lembrança do Holocausto, com a presença do Presidente e do Primeiro-ministro de Israel, de altas individualidades, de sobreviventes, seus filhos e família, na esquina da Praça do Ghetto de Varsóvia.
Nesta cerimónia, 6 Tochas, representando os 6 milhões de Judeus, são acendidas por 6 sobreviventes.
Dia 16 de Abril
Às 10.00 horas:
As sirenes aéreas soam durante 2 minutos. Durante este período, o trabalho é interrompido, transportes públicos e automobilistas param… Israel mantém-se inerte e em silêncio em memória das suas vítimas.
Das 10.30 às 12.30 horas:
Tendo como tema “Sob cada pessoa existe um nome”, membros do público, vão lendo os nomes das vítimas.
Às 13.00 horas:
Cerimónia principal que decorre no “Hall of Remembrance”.
Um dos momentos mais altos deste dia é, quando diversas personalidades, nomeadamente, os sobreviventes e familiares das vítimas, depositam flores no solo, em frente das Tochas.
Às 19.00 horas:
Final das cerimónias com uma conferência sob o tema: “Encontrar a Força”.
Provavelmente, alguns dos que me estão a ler, estranham o facto de existirem duas datas diferentes para recordarem o mesmo acontecimento, pois como sabem as Nações Unidas, em Novembro de 2005, instituíram o dia 27 de Janeiro como “O Dia Internacional de Recordação das Vítimas do Holocausto” (ver meu post na Tag Holocausto).
Também eu fiquei intrigada com este facto. Tentei encontrar uma explicação mas nada descobri.
Nos últimos anos, foram vários os países e muitas as Comunidades Judaicas, espalhadas pelo Mundo, que adoptaram o dia 27 de Nissan, como o Dia da Recordação do Holocausto e do Heroísmo.
A Comunidade Israelita de Lisboa associou-se também a este dia. A sua Vice‑presidente, Esther Mucznik, explicou durante os noticiários da Rádio Europa Lisboa (90.4 FM) o significado da Cerimónia que se realizou hoje às 19.45 na Sinagoga de Lisboa.
Foi com grande orgulho mas de coração pesado que estive presente na Cerimónia que decorreu na Sinagoga de Lisboa, prestando assim a minha homenagem aos 6 milhões de Judeus mortos, bem como a todas as outras vítimas do Holocausto.
Foi uma cerimónia simples mas muito comovente, pois além de um vídeo com testemunhos de sobreviventes, foram ainda lidos diversos testemunhos.
Seguindo o lema de que: “Sob cada pessoa existe um nome” foram, também, lidos dezenas de nomes de vítimas, cujos familiares pertencem a esta Comunidade. Foi observado um minuto de silêncio.
Seguiu-se uma pequena cerimónia religiosa em memória de todas as vítimas.
Não podemos esquecer e menos ainda deixar esquecer, pois os mortos do Holocausto não são simples números mas sim pessoas com um nome.
Termino com uma inscrição que consta da base de dados do Yad Vashem, que inclui mais de 3 milhões de nomes de vítimas do Holocausto.
“Gostaria que alguém recordasse que um dia, algures, viveu uma pessoa chamada David Berger”.
Shalom, Kiki Anahory Garin
* Aliterações, metáforas e oxímoros
* ANED - Associazione nazionale ex deportati politici nei campi nazisti
* Fundación Memoria del Holocausto
* Fundação Aristides de Sousa Mendes
* Liga de Amizade Israel-Portugal
* Museu Virtual Aristides de Sousa Mendes
* The International Raoul Wallenberg Foundation