Quinta-feira, 31 de Maio de 2007

Exposição lembra prostituição forçada em campos de concentração nazis

Nazis mantinham bordéis em campos de concentração para aumentar a produtividade dos prisioneiros submetidos a trabalhos forçados durante a Segunda Guerra Mundial.
"Prostituição forçada nos campos de concentração nazis" é o nome de uma exposição aberta ao público, desde 14 de Janeiro até 30 de Setembro, em Ravensbrück, cerca de 100 km ao norte de Berlim.
Segundo a Fundação dos Memoriais dos Estado de Brandemburgo, a mostra trata de um "fenómemo pouco conhecido" do regime de Adolf Hitler. Cerca de 400 prisioneiras teriam sido usadas entre 1942 e 1945 pelos SS para "satisfazer" os desejos sexuais de presos em dez campos de concentração.
Os nazis haviam montado todo um sistema de logística e contabilidade em torno dos bordéis. Uma "visita" custava dois Reichmark. Para ter acesso aos bordéis, os prisioneiros precisavam de vales, que podiam ser adquiridos através de trabalhos forçados.
Segundo a diretora do Memorial de Ravensbrück, Insa Eschenbach, a intenção dos nazis era aumentar a produtividade dos prisioneiros. "A SS era da opinião de que a institucionalização dos bordéis como parte de um sistema de prémios seria um incentivo para os prisioneiros homens mostrarem ainda mais empenho no trabalho forçado", explicou.

"Calar foi estratégia de sobrevivência"
Além disso, a SS supunha que assim conseguiria inibir o homossexualismo entre os prisioneiros. A mostra em Ravensbrück abrange 200 peças, entre elas documentos, desenhos, livros, documentários e entrevistas com sobreviventes do Holocausto.
"Praticamente, nenhuma das mulheres vítimas das graves violações físicas e morais mencionou seu trabalho nos bordéis depois de 1945. Envergonhadas, muitas delas nem sequer pediram indemnização pelo tempo em que permaneceram presas", disse Katja Jedermann, directora da exposição organizada pela Universidade das Artes de Berlim.
Segundo Jedermann, a mostra não chama atenção por peças isoladas. "É preciso visitá-la com bastante tempo, até para compreender as lacunas que ainda existem na pesquisa sobre o assunto. Isso não se deve só ao facto de se tratar de um tabú. Para as vítimas da prostituição forçada, calar também foi uma estratégia de sobrevivência", disse.
Cerca de 132 mil mulheres e crianças, 20 mil homens e mil meninas adolescentes estiveram presos em Ravensbrück e no campo de concentração para jovens de Uckermark entre 1939 e 1945.
publicado por MJ às 22:37
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